sábado, 14 de setembro de 2013

Um não sem sentido.

Burocracia. Uma prática amada no Brasil, que acaba aos poucos com as pessoas e com a suas vontades de mudar o país. Bem, escreve este texto de dentro de uma avião, retornando ao Brasil diretamente de Londres, na véspera do Campeonato Mundial de Aquathlon e a alguns dias da Grand Final de Triathlon, onde havia sido convocado para atuar como árbitro auxiliar.

Politicamente sou contra a realização dos dois eventos, copa e olimpíadas, no Brasil, simplesmente por achar que nós não merecemos socialmente. Não pretendo ir a nenhum jogo da copa e nem da olimpiada, mas tenho uma responsabilidade que independe das minhas convicções políticas com relação ao nosso país, pois é um representação sem bandeira. É uma participação junto a pessoas que acreditam na paz e no poder de transformação do esporte. Eles não merecem os problemas do Brasil, pois estão vindo aqui com as melhores intenções.

Mudei de emprego a pouco tempo e imaginei que, estando em um emprego público, poderia fazer mais pelo local onde vivo. Poderia, se deixassem. Recebi a tal convocação e ví que seria capaz de concilia-la com um congresso científico, que ocorreu uma semana antes, e onde eu estaria a serviço da universidade onde trabalho. Para esta solicitação, nem se houve discussão: autorizado. Claro e coerente. Mas para a outra... burocracia e não.

Um não em cima de uma carta assinada pela CBTri, com aval do COB e do Comitê Organizador dos Jogos de 2016. Sim, o próprio governo do Estado do Rio de Janeiro não apoia os esforços que estão sendo feitos para a realização da Olimpíada no Rio. Pedi somente 5 dias de afastamento, sem comprometer aulas e nenhuma outra atividade que executo, em prol do evento esportivo mais importante que o país já recebeu. Pedi a um órgão do governo do estado que vai receber a Olimpíada e ouvi um não.

Essa é a mesma burocracia cega, que me usa como exemplo de cumprimento a risca das normas internas, que permite que vereadores que se opunham a uma CPI seja os membros da mesma. O Brasil precisa mudar, com força, com retidão e com coerência. Sem dois pesos e duas medidas.

Isso não me abala. Não me desencoraja. Eu sei que minha vontade é maior que a mente obscura de que nos governa. Sei que tem muitos pensam e agem como eu.


Abrax.