quarta-feira, 1 de junho de 2011

O grande erro dos GPS

Primeiramente gostaria de parabenizar a galera que fez o Ironman no fim de semana passado. Ótimos tempos e uma linda prova, parabéns!

Bom, venho falar a respeito de uma probleminha que TODOS os GPS tem e que acabei descobrindo na minha carreira como geólogo: correção da distância percorrida em um aclive/declive.

Antes de mais nada vamos falar um pouco sobre esse aparelho que está cada vez mais perto de nós. Em resumo, ele funciona captando os sinais de 3 ou mais satélites e fazendo um calculo de triangulação, aponta nossa posição no globo. Com a capacidade de calculo aumentada, estes aparelhos são capazes de fazer este calculo muitas vezes por minuto, permitindo que tenhamos dados como velocidade, média de velocidade, etc. Os problemas começam quando comentamos sobre o erro de posicionamento que os GPS tem, de ~ 6 metros. Esse erro é um ruido proposital inserido em todos os satélites pelo governo dos EUA, para que o inimigo não possa jogar uma bomba com precisão milimétrica. No fim das contas esse erro não muda nada para ninguém... bem quase ninguém. Geólogos, geógrafos e atletas sentem estes efeitos.

No caso dos geocientístas, o erro não permite a geração de mapas com precisão métrica com a facilidade que seria possível sem o erro, e para os atletas (até que enfim!) as distâncias em locais com relevo tornam-se imprecisas.

O erro de ~ 6 metros ocorre no plano e na vertical, e quando estamos subindo, ou descendo, o GPS acumula o erro, relatando um percurso com se estivéssemos em uma escada. Se observarmos a figura abaixo veremos que a diagonal (nosso percurso ao subir e descer) é maior que os lados (que é o que o GPS leva em conta).

Bem, infelizmente o GPS não compensa o erro da subida na descida, ou vice-versa. Ele acumula o erro e distorce mais ainda o resultado. O fator mais afetado por este erro é a distância e assim os cálculos de pace. Normalmente o erro acusa maiores metragens, mas isso depende de condições de recepção, local e satélites disponíveis.

O treinador norte-americano Joe Friel vive mandando críticas para alguns fabricantes de GPS, mas a resposta é sempre a mesma: Enquanto os EUA não tirarem o ruído que causa o erro, não há como corrigir tal problema.

O método mais preciso para medir distâncias ainda é a roda. Bem aferida, com todas as medidas conhecidas, é o dispositivo ideal para aferir oficialmente as distâncias. Assim, um bom odometro ou um medidor de potência (também utiliza uma roda para calcular) são mais precisos que um GPS.

Abrax.

3 comentários:

  1. SHOW!
    Não sabia a causa do erro, mandou bem!

    Abraço!

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  2. Me falaram isso na faculdade, e tive até uma prova na época.... mas nem lembrava mais disso.

    Resumindo... quando pegamos um percurso de 10km sendo 5km de subida e 5km de descida...

    Teoricamente ele vai marcar mais do que 5 na ida e menos do que 5 na volta ?

    É isso??

    mandou bem no post

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  3. Olá Ciro, parabéns pelo Iron.

    Se o GPS errasse para mais depois para menos tudo estaria certo, mas como sempre percorremos a diagonal, ele acumula o erro do mesmo jeito. O GPS trabalha com variação vertical e horizontal separadamente, sem calcular a resultante (nosso trajeto). Para este calculo não faz diferença s subimos ou se descemos (isso dava pra arrumar! mas ainda nada foi feito). Se o erro fosse de 1 cm, mais calculo seriam feitos e assim o erro dessa resultante também diminuiria.

    Abrax.

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