quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Decepção.

Quarta-Feria, 2 de Novembro...feriado. Saio da Geologia às 19 horas, depois de mais de 9 horas processando amostras de pedras, parte do meu trabalho. Olho para os mastros com as bandeiras, na frente do instituto... faltam as bandeiras do estado de São Paulo e do Brasil.

Meu estômago embola e 3 coisas passam pela minha cabeça, todas misturadas;

1 - Olhei pra essas bandeiras antes de ir para os congressos internacionais, levando a ciência feita aqui no Brasil para ser posta a prova no exterior. Nada de me esconder atrás de publicações, aqui é cara-a-cara, apresentação oral em inglês. Já se foram 3 internacionais e 4 nacionais. Sempre que voltava, olhava aquelas bandeiras e pensava: É bem pouco, mas eu estou fazendo algo.

2 - Olhei pra essas bandeiras antes de ir para o Mundial de Aquathlon ano passado. Foi dificílimo treinar no CEPE, sem piscina aquecida, com pista de atletismo sem borracha e cheia de areia... Uniforme da seleção e tudo mais pra largar em Budapeste, 15 graus fora d`água, 12 graus dentro. Cruzei quase vomitando.... Na volta olhei aquelas bandeiras e pensei: É pouco, mas estou fazendo algo.

3 - As bandeiras que faltavam são as que os "alunos" queimaram em protesto após 3 terem sido fichados por uso de maconha.


Será que alguém que queima uma bandeira sabe o que ela significa? Sabe o que fazer para melhorar seu país? Sabe se o que faz no seu dia-a-dia está ajudando alguém? Sabe o que é civilidade? Sabe o que é patriotismo?

Esse último é o que mais falta no brasileiro. Não é o ato emblemático de ficar hasteando a bandeira e cantando o hino como mostram os filmes norte-americanos...é muito mais que isso. Eu mesmo não tenho bandeira do Brasil, mas como eu respeito ela. No dia-a-dia, sendo civilizado, respeitando o próximo, sendo honesto, e buscando ser a mudança que eu quero pro mundo... com cada ato.

E o "meu colega" de universidade, que pensa que ser estudante da USP está acima das leis do nosso país queima a bandeira, agride a polícia (que cumpre ordens), e tira o trabalho de não sei quantos funcionários por que querem "ocupar"* a Reitoria.

Esses caras tem a certeza que são mais cidadãos do que qualquer um....

É Ciro, mudei meu discurso, também acho que serão 300 anos, senão mais.

Abrax.

PS: O MST, que OCUPA fazendas comprovadamente improdutivas para fazer reforma agrária a força tem seu ato descrito pela imprensa como INVASÃO. Os alunos que INVADEM os prédios públicos por achar que estão acima da lei de drogas ilícitas tem seu ato descrito como OCUPAÇÃO.

PS: Preciso parar com esse bla-bla-bla e voltar a falar de triathlon, mas é que isso me deixou puto.

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