Putz Rafa Farnezi, vou parar de falar que futebol é apenas um jogo.
O post é sobre futebol, mas também é sobre ser atleta. Neste caso, não importa a felicidade que sinto (acho que fui adestrado para sentí-la, mas tudo bem) pelo Corinthians estar na final da Libertadores, o que importa é ver que realmente ser atleta faz a diferença em um esporte onde cada dia mais a imagem conta mais que a ação.
O que vou dizer não vai ser novidade para muitos que lêem meu blog com frequência, mas para outros, não-atletas, talvez seja uma outra visão sobre o que é ser atleta.
O futebol depende de uma habilidade. Uma habilidade nata de lidar com uma bola. Alguns nascem com muita desta habilidade, outros com pouca. Destes, os que já são bons, podem se tornar jogadores profissionais. Como em todas as áreas profissionais, alguns se destacam. Muito por causa de sua habilidade, mas outros por causa de sua condição física.
O futebol deixou de ser só um jogo há muito tempo. A preparação física de um atleta pode fazer um jogador com habilidades medianas se tornar um expoente. E ontém isso ficou muito claro.
Mesmo que odeia futebol sabe que existe um jogador chamado Neymar. Com uma habilidade fora do comum com a bola nos pés, mas que chegou a esta semi-final cansado... Como? Um rapaz de 20 anos chegar a uma semi-final de Libertadores cansado??? Alguém aqui chega cansado para a prova alvo do ano?
O motivo do cansaço é fácil de entender para quem tem amigos que vivem em Santos. Sabem por que? Por que eles postam, no Facebook, fotos deste mesmo jogador na farra de madrugada após uma vitória na mesma Libertadores. Bebida e/ou falta de descanso/alimentação adequada no momento mais crítico da recuperação de um atleta. Eu, um atleta pífio sei disto, mas e o Neymar? E todos que o cercam?
Aproveitem que ele ainda deve estar no país e perguntem pro Craig Alexander como são as baladas pós treinos... Chega a ser ridículo.
Mas, apesar de um dinheiro de um jogador com topete escroto e chuteira rosa falar mais alto em um clube, existem outros lugares onde o futebol é tratado como um esporte. Lugares onde os jogadores medianos são treinados para que com a prática de fundamentos seus erros sumam e com o condicionamento físico consigam se antecipar às jogadas, e suplantar, de longe, as habilidades dos "apenas" jogadores ótimos.
O Corinthians está dando uma aula de humildade esportiva nesta Libertadores, pois já tivemos times que eram mais talentosos, mas eram como o Neymar... Agora temos 11 "carregadores de piano" como dizem na gíria boleira. E é essa dedicação esportiva que faz o Corinthians chegar a final da Libertadores e um cara ferrado como eu (sim, acima do peso, asmático e com hipotiroidísmo) conseguir objetivos esportivos incompatíveis com a teoria não-esportiva, aquela que só olha por fora, e vê no Neymar um rosto semelhante ao do Pelé (se eu fosse santista rasgava cada foto desta) e em mim apenas um gordinho....
A vida, seja no esporte ou no resto, é feita de dedicação. Esta dedicação nos faz ser diferentes, nos faz superar a falta de habilidade nata, de sorte e de outros fatores imponderáveis. Não é possível que o Brasil, seja no futebol ou na vida, não perceba isso!
Atleta não pode fazer balada!!!! Prontofalei!!!! NÃO PODE!!!!! É duro, eu sei, mas enquanto você bebe e curte outro cara está descansando e amanhã ou depois ele vai chegar na sua frente! Ser atleta, ainda mais profissional, é abdicar de várias coisas, inclusive das coisas que os normais acham mais fundamentais para se viver... A carreira de atleta é curta demais. São só 15 ou 20 anos, dependendo da dedicação e do presente da natureza (em termos genéitcos) com relação a seu físico. Com 40 anos você estará aposentado a força, mas ainda estará inteiro e ainda será famoso o suficiente para morar na zona se quiser... mas depois que você parar!!!!
Mas como Corinthiano, ainda bem que o Cabelodecalopsita é assim.. É nóis! Agora, como brasileiro: estamos fu... na Copa.
Esses caras precisavam entender o que um trecho de música do Emicida diz: "Esse brilho todo é reflexo do suor".
Abrax.
PS: Alguém vê o Messi na balada? Não né....
PS1: " Ah, mas o Garrincha enchia a lata todo dia (até morreu de cirróse) e era um monstro dentro de campo. Sim, mas o futebol naquela época era bem menos atlético do que hoje. Lá não havia espaço pra cabeça de bagre e o cara que além do talento para jogar tinha talento físico, se tornou o melhor de todos os tempos. Sim, o Pelé seria o Pelé ontém e sempre. O Garrincha não, talvez hoje seria como o Adriano. Infelizmente.
quinta-feira, 21 de junho de 2012
segunda-feira, 18 de junho de 2012
Lance e o conjunto da obra.
Vou ter que requentar!
Nem era tão antigo, mas o caso do processo contra o Lance me fez lembrar deste texto sobre o Justin Gatlin.
Depois de ler o texto da Go Outside aqui, acredito que, concordando ou não, temos que ficar cientes de algumas coisas.
Depois de ler o texto da Go Outside aqui, acredito que, concordando ou não, temos que ficar cientes de algumas coisas.
Texto de Brian Palmer (Original)
O velocista americano Justin Gatlin, que foi suspenso por quatro anos com a partir de 2006 por uso de esteróides anabolizantes, ganhou os 60 metros no campeonato mundial indoor na Turquia no início deste mês. O ex-campeão olímpico de 30 anos espera agora competir no Jogos Olímpicos de Londres, e disse, a NPR na semana passada, que ele está correndo tão rápido como sempre . Pode um atleta colher os benefícios dos esteróides, mesmo depois de cumprir uma suspensão de quatro anos?
É teoricamente possível. Algumas substâncias, tais como a testosterona, residem no corpo por apenas alguns dias. Outras drogas, como a nandrolona, podem permanecer, em baixas concentrações, por semanas ou meses. No final desse período, os benefícios de construção muscular dos suplementos terminam, e o corpo começa a voltar para a sua linha de base pre-dopping. Mas ninguém realmente sabe quanto tempo esse processo demora.
Alguns pesquisadores acreditam que um drogado deixará de se beneficiar das substâncias dentro de um ano. Outros pensam que substâncias dopantes podem alterar a expressão genética por muitos anos e, portanto, os atletas que usam a droga podem ser capazes de construir músculos mais facilmente do que os seus adversários limpos, por muito tempo depois de parar de usar o a substância dopante. Mas esta teoria nunca foi testada e uma pesquisa deste tipo não é iminente. Poucas organizações estão interessadas em financiá-la, e as regras de ética da medicina não permitem que os médicos prescrevam grandes doses de esteróides anabolizantes para pacientes sem qualquer razão clínica, inviabilizando assim a pesquisa. (Tal tipo de pesquisa poderia “criar” indiretamente um protocolo seguro de dopagem, incentivando o uso “segundo procedimentos médico-científicos”.)
A teoria de que os esteróides podem produzir efeitos a longo prazo é suportada por observações de “fenômenos naturais”. Até mesmo os efeitos de um regime de treinamento normal, sem dopping, permanece no corpo por anos.
Considere um exemplo hipotético, um levantador de pesos não-doping que treina duro por vários anos, e atinge a capacidade de um agachamento máximo de 300 quilos. Então, ele sofre uma lesão e não pode treinar por um ano. No final desse ano, o seu máximo caiu para 200 quilos. Uma vez que ele começa a treinar novamente, este levantador vai voltar ao seu máximo de 300 quilos mais rapidamente, e com um treinamento menos intenso, do que um novato que começou a treinar no mesmo tempo com um máximo de 200 quilos. Os pesquisadores ainda não têm certeza de por que isso acontece, mas alguns acreditam que o exercício pesado e prolongado provoca alterações epigenéticas, que o tornam mais eficiente em criar as proteínas que constroem músculos. Enquanto essas mudanças não são permanentes, um atleta ex-sedentária acabará por perder rapidamente os benefícios do seu antigo regime treino, ao passo que em um indivíduo bem treinado os efeitos do exercício intenso parecem durar por um longo tempo. Um atleta que usou drogas para melhorar a performance pode ter esta mudança prorrogada ou intensificada, mesmo porque ele foi capaz de treinar mais e por mais horas durante o tempo em que ele foi usuário de drogas dopantes. (Essa frase em negrito é o “x” da questão dopping para mim. O maior exemplo? Lance Armstrong, que lutou pela vida, ou seja tinha autorização médica para usar estes medicamentos e voltou a treinar ainda sob efeito destes. De ciclista medíocre a super-campeão depois de ter a pior doença que existe.)
A duração da suspensão de doping não tem nenhuma relação com quanto tempo os benefícios dos medicamentos são pensados para durar. Ninguém pode calcular esse período com toda a certeza, e os benefícios indiretos podem durar por toda a carreira de um atleta. (“Ba-dum-tissss”).
Suspensões de atletas do atletismo são normalmente baseadas em sentido um árbitro de justiça. A Agência Anti-Doping dos Estados Unidos recomendou uma proibição de quatro anos para Gatlin, desqualificando-o apenas dos jogos de Pequim 2008, devido à sua cooperação na investigação de outros casos de doping no esporte.
No caso de Gatlin é incerto que ele tenha se beneficiado a longo prazo. Ele foi pego completando o ciclo de injeção de testosterona, que eventualmente impede o organismo de fabricar o hormônio naturalmente. Se ele deixou de tomar abruptamente os suplementos depois de ser pego, ele experimentou uma queda níveis de testosterona muito abaixo do normal, o que tornaria muito difícil participar de treinamentos durante vários meses, até que o corpo começasse a produzir o hormônio novamente. Os atletas também tendem a se sentir horríveis durante este ressaca testosterona. (Este último paragrafo o autor usou para não se comprometer, acusando indiretamente o atleta em questão. Se já estava suspenso, o que teria impedido Gatlin de terminar o ciclo da maneira correta, fazendo o uso das doses decrescentes de testosterona???)
Acredito que o passaporte biológico é a única saída atual para o dopping. Pois o atleta é acompanha por seus parâmetros corporais e não pelo exame de sangue pontual. Neste casos se o atleta se dopa, paga a suspensão e quer voltar a competir, os exames, acompanhados da comparação com o histórico, o impediriam em caso de anomalia, mesmo estando “limpo” naquele momento.
O Lance passou por tantos exames que fizeram (a WADA) um passaporte biológico retroativo dele. Em diversos momentos ele apresentava, apesar de limpo, parâmetros que só poderiam ser atingidos através de dopping ou transfusões. Além desse passaporte, existem muitas testemunhas de acusação, que assumem ter se dopado junto a ele e que explicam como eram feitos os ciclos e testes de "limpeza".
Isso pode ser um grande passo para, no caso de comprovação da culpa, desfazer muitas injustiças do passado do esporte. Não só com o Lance, mas com outros atletas. Sabem que é um dos cabeças da lista para tomar o mesmo processo??? Pasmem: Carl Lewis, dono de nada menos que 9 ouros olímpicos.
Abrax.
quarta-feira, 6 de junho de 2012
Sumisso, IM Brasil e Lance Armstrong
Estou vivo!
Trabalho e final de PhD, sem parar de treinar é osso. Mas estou conseguindo fazer tudo direitinho. Administrar seu horário é uma arte.
Bem, vou seguindo com meus treinos para o paulista e o carioca de short, melhorando a cada dia. Boa natação, boa ciclismo e má corrida... mas vamo que vamo!
IM Brasil
O iron passou e muita gente mandou bem... Parabéns! O que mais impressionou foi a evolução no ciclismo, com muitos tempos a baixo de 5 horas. Ótimo se essa evolução não fosse acompanhada de várias maratonas mediocres... nadapedalacorre... as vez o pessoal acha que iron não é triathlon.
Lance
Continua falando.... Ganhou dois 70.3 com ótimos tempos, mas sem reais adversários. Ele é muito bom e para ser realmente testado precisa enfrentar os grandes. Vamos ver quando chegar a hora.
Tenho visto muita torcida para ele e acho que isso será muito bom para o esporte, pois ele trás muita visibilidade. Mas acho que ele não leva Kona. O Lance era é um grande ciclista e agora é um bom triathleta. Em Kona só ganha que é um grande triathleta... e leva tempo para se tornar um.... muito tempo. Vejam quanto tempo Macca e Crowie demoraram....
Abrax.
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