Comecei no triathlon há 12 anos. Informalmente, até ficar sabendo de uma prova curta (eu achava que triathlon era só na metragem Ironman) feita na cidade de origem da minha família, Porto Ferreira. Lá fui eu com minha Caloi 10 para começar algo que entraria no meu sangue.
Foram shorts, olímpicos (odeio essa metragem!), meio iron e um iron. Tempos melhores a cada temporada, qualidade de vida, amigos... Achava que estava no meu máximo. Realmente, fisicamente estava. Sou um cara com alguns probleminhas de saúde que limitam um pouco minha performance. Mas a mente queria mais.... A minha meta de perfeição em tudo queria mais. Não bastava ter a execução perfeita dos movimentos, eu sou mais lento. Não bastava uma transição tão rápida quanto os prós, eu sou mais lento. Mas isso me bastou? Não.
Em outubro de 2010, atravessando uma ponte sobre o rio Danúbio, em Budapeste, na companhia de Rafael Farnezi e Guilherme Lima, ouvi o Beto Menescal, da CBTri, comentar como estava difícil a composição de um quadro de oficiais técnicos (algo parecido com árbitro) de triathlon no Brasil. Olimpíada a vista e nem tínhamos gente para fazer os eventos teste...
Ao voltar para o Brasil liguei para a SPTri e comecei a ajudar do jeito que podia. Tendo idéias, atendendo solicitações, a coisa foi andando. Sempre conversando com a CBTri para deixar claro que eu queria ajudar, de qualquer jeito, em qualquer situação eu queria devolver a alegria que esse esporte me proporciona. A coisa começou a andar sozinha... Vários paulistas de duathlon, provas promocionais, brasileiro de duathlon e triathlon. Até chegar a um Panamericano. E nesta prova estar trabalhando lado a lado com o grande Hilton Lopes, organizador da primeira prova que participei e que está fazendo um belo trabalho com nossos paratletas, foi algo muito especial.
A convocação veio da PATCO, braço continental da ITU. Eu estava me dedicando o máximo possível e fui lembrado. Tinha que dar tudo. Demos tudo. Eu e todos que estavam em João Pessoa neste fim de semana. O sucesso foi o de uma orquestra. Acredito que os problemas percebidos não representam 10% do que vimos. E não forma percebidos por que os solucionamos. E como prêmio, João Pessoa ganhou uma etapa de World Cup em 2014. Parabéns para a FEPTri e CBTri, e a todos que lá estavam.
Eu me sinto realizado. Pois ajudei em um evento de alto nível, que deu condições perfeitas e justas de competição a todos que lá estavam. Tudo deu muito certo, tão certo que os atletas não nos viam, não sabiam onde estávamos. Essa é a ideia, as estrelas são eles.
É a minha forma de estar neste meio de estrelas. Ajuda-los, e ver de muito perto, estes sobre-humanos, fazendo coisas fora do normal. Talvez um dia eu realize um sonho: ir a uma Olimpíadas. Pode parecer bobagem, pois é claro que gostaria de representar o Brasil como atleta, mas tenho o sonho de ir sem uma bandeira, como um cidadão do mundo, em um momento em que as fronteiras e as brigas somem. Um momento utópico que se torna realidade por algumas horas a cada 4 anos.
Agreguei mais um circulo de amizades e de realização. Podem ter certeza que sempre darei tudo de mim para que essa minha nova empreitada faça o esporte melhor a cada dia. Digo isso sem esperar nada em troca. Quero que este esporte maravilhoso cresça, e que as pessoas aprendam com ele o que eu aprendi. Lições que me ajudam muito na vida, lições de amizade, garra e saúde.
E digo também que não parei de praticar!!! Estou saindo de um período turbulento de estudos e trabalho árduo, para um período de realização profissional, com um pouco mais de flexibilidade de horários, o que me permitirá voltar a forma.
No segundo semestre, me aguardem!
Puta texto lindo!!! Cara, que maturidade a sua!
ResponderExcluirEu não sei se vai ou não vai para a Olimpiada, mas certamente você já é um cidadão sem bandeira...
Melhor dizendo: um cidadão de classe mundial!