segunda-feira, 31 de março de 2014

Homogeneidade dos atletas ITU

O que seria do mundo sem as fábulas?

Sem os palpites? Sem o entusiasmo? Sem o fanatismo? E por que não sem a tradição?

A um tempo atrás me perguntaram se os atletas da ITU da nova geração (Profissionais acima dos anos 2000) iriam se sair bem em provas longas. Respondi que precisava de tempo para vermos isso e que, segundo o pouco que sei sobre teoria de treinamento e acumulo de treino, poderia ser que eles se dessem bem. Mas eu não imaginava que seria assim.

Depois de algumas demonstrações de Gomez e Brownlee em provas longas tipo festival (Abu-Dabi), alguns triatletas ITU "mais velhos" cairam no circuito WTC (Ironman) e estão tendo resultados impressionantes. Jan Frodeno, ouro em Pequin-08, fez um estrago enorme, dominando a prova desde a natação. Com um pedal forte e uma meia-maratona matadora (1:11 hora) no Half da California.

A impressão que dá é que a homogeneidade das disputas na ITU nos últimos 14 anos ocasionou a formação de uma geração de triathletas que são bons em tudo, ao contrário da tradição do Ironman, onde os atletas são especialistas ou em bike ou em corrida, e fazem o básico na natação. Agora não dá pra fazer o básico contra quem nada 1500 m para 16 min ou 1,9 km para 22 min.

Como os atletas "nascidos" em longa distancia vão lidar com esta homogeneidade é que vai ser o ponto. Acho que no máximo no ano que vem teremos um campeão no Hawai vindo da ITU.

Imaginem quando Gomez e Brownlee's mudarem pro circuito do Iron também....

Fico ansioso por uma análise técnica de colegas da área, como o Lucas Hellal, que podem traduzir estes resultados em ciência.

Abrax.

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