terça-feira, 5 de julho de 2011

Bicividade

Esse é o slogan: Bicividade.


Cheguei em Barcelona bem curioso para saber como funcionava este sistema de bicicletas compartilhadas, o Bici, e ví que se trata de algo muito simples, mas ainda muito distante do Brasil. Simplesmente por que é preciso de muito respeito ao próximo para isso dar certo, e se tem algo que nós brasileiros não temos é respeito ao próximo.

A parada é assim: O povo pede. Mas pede mesmo, com protestos, interdições, toca a zona mesmo. O governo ouve (lá ouve). São criadas ciclovias por toda cidade, isoladas dos carros, e em muito lugares tomando o lugar dos carros (figura abaixo). Junto aos pontos de maior demanda (após estudo) são instalado pontos de retirada e devolução das bikes, seguindo primeiramente as rotas mais usadas, tipo USP - Estação Butantã do metro (olha a idéia aí!), quantas bikes são necessárias e tal. Pronto. É tudo colocado a disposição do cidadão que paga miseros 20 euros por ano, e comprovando sua residência fixa, pode usar o serviço por meia hora, quantas vezes quiser no dia.


Quando instalaram em Barcelona, aconteceu a mesma coisa que no Rio: roubaram todas as bikes. Aí eles chegaram a conclusão que deveria adotar uma bike exclusiva, que não pode ser comercializada no país. Uma bike vermelha, horrível, com uma roda 26 e uma 20. Os roubos foram diminuindo e as estações aumentando em número, até que hoje em dia a taxa de manutenção é mais usada para comprar novas bikes e novas estações do que para repor perdas.

E deu tão certo que muitas cidade adotaram o sistema, inclusive Zaragoza, onde estou para um congresso. E com uma coisa muito legal: Aqui é possível usar o sistema de forma temporária, devido ao menor número de turistas. Conclusão: Estou usando o sistema por 5 euros a cada 3 dias. É indescritível. A cidade não tem transito, os onibus andam na boa, sem atrasar e se você quiser pegar o carro para algo, você consegue! Mas convenhamos que usar as bikezinhas é muito mais legal. E esta me avudajndo a economizar muito, pois sempre volto para o hostel para fazer meu rango, já que me desloco quando quero. Um sonho.


Abrax.

PS: Isso só dá certo em um lugar onde os serviços público são pensados como necessidade e não como negócio. Transporte público tem que ser estatal, não pode pensar em lucro, é pra servir o cidadão. O metro de Barcelona e o Bici (sistema citado)  vão demorar muitos anos para se pagar, mas não interessa, o cidadão tem direito! E a passagem, única em todos os meios públicos, custa 1,40 euro unidade e 7,85 euro o multiplo de 10.

PS1: ABNEGAÇÃO CACETE! UM PAÍS NÃO É UMA EMPRESA! LUCRO SÓ PODE SER PRA ALGUÉM METER A MÃO.

Um comentário:

  1. Sensacional !!!!
    Tentaram fazer algo parecido no Rio e nao deu certo.
    Agora, estao indo para a segunda tentativa.

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