quinta-feira, 21 de junho de 2012

Um outro esporte

Putz Rafa Farnezi, vou parar de falar que futebol é apenas um jogo.

O post é sobre futebol, mas também é sobre ser atleta. Neste caso, não importa a felicidade que sinto (acho que fui adestrado para sentí-la, mas tudo bem) pelo Corinthians estar na final da Libertadores, o que importa é ver que realmente ser atleta faz a diferença em um esporte onde cada dia mais a imagem conta mais que a ação.

O que vou dizer não vai ser novidade para muitos que lêem meu blog com frequência, mas para outros, não-atletas, talvez seja uma outra visão sobre o que é ser atleta.

O futebol depende de uma habilidade. Uma habilidade nata de lidar com uma bola. Alguns nascem com muita desta habilidade, outros com pouca. Destes, os que já são bons, podem se tornar jogadores profissionais. Como em todas as áreas profissionais, alguns se destacam. Muito por causa de sua habilidade, mas outros por causa de sua condição física.

O futebol deixou de ser só um jogo há muito tempo. A preparação física de um atleta pode fazer um jogador com habilidades medianas se tornar um expoente. E ontém isso ficou muito claro.

Mesmo que odeia futebol sabe que existe um jogador chamado Neymar. Com uma habilidade fora do comum com a bola nos pés, mas que chegou a esta semi-final cansado... Como? Um rapaz de 20 anos chegar a uma semi-final de Libertadores cansado??? Alguém aqui chega cansado para a prova alvo do ano?

O motivo do cansaço é fácil de entender para quem tem amigos que vivem em Santos. Sabem por que? Por que eles postam, no Facebook, fotos deste mesmo jogador na farra de madrugada após uma vitória na mesma Libertadores. Bebida e/ou falta de descanso/alimentação adequada no momento mais crítico da recuperação de um atleta. Eu, um atleta pífio sei disto, mas e o Neymar? E todos que o cercam?

Aproveitem que ele ainda deve estar no país e perguntem pro Craig Alexander como são as baladas pós treinos... Chega a ser ridículo.

Mas, apesar de um dinheiro de um jogador com topete escroto e chuteira rosa falar mais alto em um clube, existem outros lugares onde o futebol é tratado como um esporte. Lugares onde os jogadores medianos são treinados para que com a prática de fundamentos seus erros sumam e com o condicionamento físico consigam se antecipar às jogadas, e suplantar, de longe, as habilidades dos "apenas" jogadores ótimos.

O Corinthians está dando uma aula de humildade esportiva nesta Libertadores, pois já tivemos times que eram mais talentosos, mas eram como o Neymar... Agora temos 11 "carregadores de piano" como dizem na gíria boleira. E é essa dedicação esportiva que faz o Corinthians chegar a final da Libertadores e um cara ferrado como eu (sim, acima do peso, asmático e com hipotiroidísmo) conseguir objetivos esportivos incompatíveis com a teoria não-esportiva, aquela que só olha por fora, e vê no Neymar um rosto semelhante ao do Pelé (se eu fosse santista rasgava cada foto desta) e em mim apenas um gordinho....

A vida, seja no esporte ou no resto, é feita de dedicação. Esta dedicação nos faz ser diferentes, nos faz superar a falta de habilidade nata, de sorte e de outros fatores imponderáveis. Não é possível que o Brasil, seja no futebol ou na vida, não perceba isso!

Atleta não pode fazer balada!!!! Prontofalei!!!! NÃO PODE!!!!! É duro, eu sei, mas enquanto você bebe e curte outro cara está descansando e amanhã ou depois ele vai chegar na sua frente! Ser atleta, ainda mais profissional, é abdicar de várias coisas, inclusive das coisas que os normais acham mais fundamentais para se viver... A carreira de atleta é curta demais. São só 15 ou 20 anos, dependendo da dedicação e do presente da natureza (em termos genéitcos) com relação a seu físico. Com 40 anos você estará aposentado a força, mas ainda estará inteiro e ainda será famoso o suficiente para morar na zona se quiser... mas depois que você parar!!!!

Mas como Corinthiano, ainda bem que o Cabelodecalopsita é assim.. É nóis! Agora, como brasileiro: estamos fu... na Copa.

Esses caras precisavam entender o que um trecho de música do Emicida diz: "Esse brilho todo é reflexo do suor".

Abrax.

PS: Alguém vê o Messi na balada? Não né....

PS1: " Ah, mas o Garrincha enchia a lata todo dia (até morreu de cirróse) e era um monstro dentro de campo. Sim, mas o futebol naquela época era bem menos atlético do que hoje. Lá não havia espaço pra cabeça de bagre e o cara que além do talento para jogar tinha talento físico, se tornou o melhor de todos os tempos. Sim, o Pelé seria o Pelé ontém e sempre. O Garrincha não, talvez hoje seria como o Adriano. Infelizmente.

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