terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Reflexão e Refração

Calma, não é sobre prospecção de petróleo... Piadinha besta de geólogo.

Agradeço os comentário sobre o post Você precisa mesmo disto tudo? Vou dar continuidade às ideias por que um desabafo não é muito bem embasado, e acaba deixando muito nas entrelinhas.

Um primeiro assunto que vou refletir e refratar é: o que está se tornando o consumo.

Quando eu disse que nós não precisamos de tudo que nos cerca, e que mesmo tendo o direito de comprar o que quisermos acabamos apenas movendo uma engrenagem e não nos tornamos mais felizes, eu olhei para o modelo atual de consumo. No passado, não muito distante, a indústria existia para suprir necessidades da nossa vida... hoje ela existe para criar necessidades para nossa vida. A vida se tornou mais simples, muita coisa pronta, muita gente precisando de trabalho, então vamos criando coisas que não precisamos. Chama um serviço para trocar uma torneira, para limpar a casa, para regular a bike.. para tudo. E nós, fazemos o que? Nada, descansamos por que temos dinheiro....

Até aqui tudo bem, pois estamos falando do setor de serviços e é tudo justificável pela lei do mínimo esforço, mas e quando chegamos ao setor de produtos? Chega a ser vergonhoso... As empresas convencem as pessoas a comprar algo simplesmente por que eles dizem o que é a moda*. Isso vai contra a definição do que é moda... Por que as pessoas caem nesta estratégia? Frustração seria uma resposta.

As empresas aprenderam rápido a usar psicólogos para contratar funcionários e também para fazer as campanhas de marketing. "Qual é o perfil do público alvo?" Subentenda: Qual o problema do publico alvo?

Falei em frustração por que quanto mais dinheiro se tem, mais se gasta com coisas inúteis... o que as indústrias mais querem. Por que? Por que deve ser muito difícil ter grana e não ter tempo para gastar... Ou trabalhar demais para juntar e depois não poder mais gastar... Triste... frustrante. O que fazer? Se satisfazer com uma comprinha, afinal é a única maneira da pessoa se sentir poderosa, gastando uma fortuna em uma coisa desnecessária. Aliás gastar fortuna em coisa desnecessária é o símbolo da demonstração de poder de um frustrado, como disse o jogador do Santos, Zé "Love": "Seu salário é o gasto de ração do meu cachorro". Fim da rosca....

Por que eu digo tudo isso? Por que eu não vejo pessoas felizes na rua. Elas não se olham, elas não se cumprimentam, e se elas pudessem, atropelavam todos com seus carrões. Mas pera aí? Você não é "o cara" por que comprou "sua" Tucson??? Ou por que tem uma Trek Madonne para "girar" na USP? Gastar não te fez feliz?

Gastar, esbanjar, não faz ninguém feliz....E voltando ao assunto do começo, gastar sem medidas para satisfazer as frustrações da vida está criando uma indústria que percebe isso e que esta se incumbindo de criar novas necessidades para os frustrados. Um mundo ilusório, que agora diz o que queremos...Fim da rosca (2)...

Termino com uma velha frase, da qual me orgulho de ter compreendido antes dos 30 anos: Dinheiro não compra felicidade.

Abrax.

PS: Moda é o valor que surge com mais freqüência, não o que um estilista ou uma marca diz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário